Olá!Quando criei este blog resolvi, por crer que o assunto “era coisa do passado”, que não iria escrever sobre a tentativa de invasão que sofri há quase um ano, quando nosso truculento alcaide ordenou que máquinas abrissem uma avenida em minha propriedade.
Já ouvi absurdos sobre o entrevero, mas contive a ânsia de me defender.
Lembro que no final do ano passado, em uma caricata “entrevista” dada pelo prefeito a Rádio Objetiva FM, o “Sr. Fantástico” fez referência ao episódio, dando aos fatos a interpretação que mais lhe favorecia, naturalmente.
Naquela ocasião entrei em contato com a rádio pugnando “direito de resposta”, o que me foi concedido, todavia, seguindo o conselho de meu zeloso pai, me abstive de comentar as malfadadas acusações de nosso governante, a fim de não alimentar a polêmica.
Ocorre que me enganei. Este assunto jamais foi e nem será coisa do passado. É presente e sempre será lembrado no futuro, afinal o alcaide nunca vai engolir o fato de que um “advogadinho” de trinta e poucos anos enfrentou seus comandados e impediu mais um ato de desmando e tirania.
Quem me fez chegar a esta conclusão foi um dos fiéis escudeiros do prefeito, que ontem ficou horas desfiando a ladainha do chefão sobre o assunto, defendendo a conduta do mesmo como se legítima fosse.
Destarte, resolvi postar a resposta que narraria na rádio, a qual foi elaborada na ocasião da mencionada “entrevista” de nosso prefeitão. A saber:
“Minhas Saudações e votos de um feliz 2010 aos ouvintes da Rádio Objetiva FM, sendo um prazer utilizar este meio de comunicação para falar a toda população buriense. Quero inicialmente parabenizar a atitude transparente, democrática e legal desta emissora que prontamente me abriu as portas e disponibilizou seus microfones para o justo exercício do direito de resposta.
Neste particular, é bom frisar que o conteúdo do meu pronunciamento é de minha inteira responsabilidade, externando opinião própria e não a desta rádio, a qual tão somente me cedeu o devido espaço.
Anote-se, também, que foi recorrente o pensamento se deveria ou não responder as bravatas do prefeito Ú, pois se de um lado estaria defendendo meu nome e atitudes, de outro, estaria caindo no jogo infantil e insano do alcaide, dado a brigas e discussõezinhas.
Resta óbvio que a primeira face venceu, e optei por defender minha honra e a esclarecer alguns munícipes que por ventura não conheçam a verdade envolvendo a execução do anel viário e a invasão e danos a propriedades privadas, mesmo sabendo que minha atitude despertará, mais uma vez, a ira do Pit-Ú, que certamente voltará a esta rádio pra me caluniar, bem como continuará com sua desenfreada perseguição política contra minha pessoa, a qual já vem sendo efetivada desde que o mesmo tomou posse.
Pois bem, em seu fantástico discurso o alcaide, ao falar sobre a obra que denomina Anel Viário, disse que precisava de alguém de coragem para realizar a obra e que tudo, hoje em dia, já está pacificado com a exceção de um cidadão que não ajuda Buri em nada, só atrapalha e quer criar latifúndio no meio da cidade.
Não Seu Ú, a carapuça não serviu. Mas é óbvio que vossa esquiva pessoa se referia a mim, pois todos sabem que o “Dr. Rafael” foi o único a enfrentar o temido Ú Fonseca.
Neste particular confesso que não tive este prazer, pois Vossa Senhoria em momento algum compareceu ao local, preferindo utilizar-se de prepostos para executar a ilegal invasão de propriedade particular, sabe-se lá porque... ou se sabe sim.
Devo esclarecer a população que eu nunca fui contrário a obra do anel viário, até porque hipoteticamente a mesma valorizaria a área que possuo, fui e sou totalmente contra a forma que Vossa Senhoria utilizou para executar a obra.
Ou seja, a força, sem a devida justa e prévia indenização, nos termos da Constituição Federal, pois todos sabem que com o uso de pesadas máquinas invadiu, sem autorização dos donos ou do poder judiciário, terrenos particulares, derrubando cercas, plantação de eucaliptos e até casa para expropriar os legítimos proprietários.
Ainda me lembro que era dia 21 de maio e o sol mal havia nascido quando suas pesadas máquinas tentaram invadir minha propriedade, que não é um latifúndio, quem me dera, mas um terreno pouco maior que o de sua serraria.
Mas para seu desgosto, senhor prefeito, por ter sido alertado por terceiros, madruguei e de peito aberto impedi que seus “longa manus” criminosamente invadissem meu terreno. Minutos depois, quando novos testas de ferro chegaram ao local, com apoio da Polícia Militar assegurei meu direito a propriedade. Será este o motivo de seu descontentamento com a PM?
Não Alcaide, não vivemos mais na época do Príncipe onde os fins justificam os meios.
Não cumprir a Lei também é uma forma de corrupção e atenta contra a administração proba e, nesse contexto, Vossa Senhoria foi desonesto ao tentar me expropriar sem o devido processo legal.
Mas tive sorte e impedi tal despautério, sendo que terceiros não a tiveram e além do dissabor de serem esbulhados ainda sofreram ofensas proferidas por vossa pessoa, aliás, diga-se de passagem, destratar cidadãos é expediente comum do senhor, haja vista os B.O.s registrados versando sobre crimes contra a honra. Será este o motivo de sua discórdia com a polícia civil?
Ainda no que tange à direitos de terceiros, pelo que se sabe, a maioria daqueles que foram esbulhados não foram justamente indenizados, sendo que pelo menos uma senhora foi escorraçada do paço municipal após pugnar pela devida compensação dos danos sofridos, o que levou a mesma a registrar BO na Del. Pol. Local.
Senhores ouvintes. Minha atitude foi totalmente legal, tanto que foi corroborada pelo Poder Judiciário o qual determinou que o prefeito não praticasse qualquer ato contra minha propriedade. Será este o motivo de sua revolta contra o Juiz de Direito? Ou será porque várias e atuais decisões vêm obrigando, sim obrigando, a prefeitura a fornecer remédios e congêneres a cidadãos carentes que, por bem, não os conseguiram? Para confirmar tal fato basta fazer uma busca junto ao cartório judicial local ou até mesmo pela internet no site esaj.tj.sp.gov.br.
Caros cidadãos, todos sabem que o atual prefeito nunca foi totalmente fiel as leis, nem sequer aos sagrados mandamentos, sendo que ostenta antecedentes e condenação em sua folha corrida e certamente este é o motivo de não estar feliz com o Ministério Público, órgão responsável pela defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Alías, me parece bem estranho uma pessoa que urra sua honestidade, posicionar-se contra a policia civil, militar, ministério público e o Judiciário.
Eu podia ficar horas me defendendo e até desmentindo muito do que o alcaide aqui falou no dia 30 de dezembro, mas eu, como vocês, senhores ouvintes, tenho mais o que fazer, por isso devo encerrar minha resposta.
Mas antes, quero deixar claro que torço pelo sucesso da atual administração, não por consideração ao alcaide Ú Fonseca, mas sim por que eu, minha família e toda a população buriense, merecemos uma cidade melhor.
Outrossim, afirmo que minha atitude de impedir que o prefeito invadisse ilegalmente meu imóvel deveria ser por todos aplaudida, pois assim agindo, reafirmei o direito de todo o cidadão de proteger sua posse, talvez alguém se lembre disso quando sua propriedade for invadida por terceiros...
Por derradeiro, senhor prefeito, quanto a desapropriação da área de minha família, confio a questão ao Judiciário, sendo certo de que este, ao contrário de sua pessoa, será fiel a Lei.
Lembre-se que a honestidade financeira não é a única virtude de um homem, pois de nada vale se desacompanhada da idoneidade e respeito ao próximo, aliás, ninguém quer levar tapinha nas costas ou ganhar sorrisos, todos querem tão somente ser tratados como gente.
Por isso uma dica, faça de conta que ainda é campanha eleitoral e seja ao menos cortês com a população.
No mais, lembre-se que o Fórum hoje esta presente em nosso município, pelo que, como outrora, não podem mais os prefeitos agirem como autoridades supremas, fórum este, diga-se, a que dei sangue e suor para que sua instalação fosse efetivada, fato que em muito facilitou a vida do buriense, e ainda há quem diga que só atrapalho...
Encerro exortando o seguinte: Ú Fonseca, seja um bom prefeito, pois como cidadão que reside em Buri, aqui trabalha e constituiu família eu exijo e é o seu dever.
Um Abraço a todos e felicidades, são os votos de Rafael Saraiva.”
Esta era a resposta que, ousando a discordar de meu pai, deveria ter sido lida na rádio local.
Vocês imaginam que tem “aspones” que chegaram a dizer que eu não podia enfrentar o prefeito pois “era de fora”?
Para quem não me conhece, me chamo Rafael Saraiva de Medeiros e conheço Buri desde que nasci, pois descendo de uma das famílias mais antigas da cidade e aqui passei minhas férias e feriados. Sou advogado e aqui moro há oito anos. Casei com uma buriense. Aqui tive meus filhos e os educo. Aqui ganho meus vencimentos e gasto minhas economias. Bem como confraternizo com amigos e ENFRENTO INIMIGOS, por isto não posso ser tratado como forasteiro.
Por derradeiro, saibam que se um dia o alcaide entrar em minha propriedade não foi a força e sim porque ou eu permiti ou o Judiciário determinou, sendo que o processo judicial ainda não terminou, pois sequer foi realizada avaliação da área exproprianda.
Em suma, somente pós a fixação da JUSTA e PRÉVIA indenização o senhor prefeito poderá adentrar em minha área "pela porta da frente" e não sob o manto obscuro da clandestinidade, como fez com outros proprietários que por medo ou ignorância renegaram a lição de Rudolf von Ihering, deixando de lutar por seus direitos, sendo que para estes resta o vaticínio do alemão de que “aquele que anda de rastos como um verme nunca deverá queixar-se de que foi calcado aos pés”.
Assim, julgo-me um vencedor por ter defendido meus direitos, portanto Sr. Ú Fonseca economize seus rojões!
Olá!
Voltei!
Saudações! Que dia lindo. Bom para passear um pouco...
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