Por favor Seu Caixa, gostaria de sacar um pouco de respeito!

Olá!

Você é cliente bancário?

Se não mora em cavernas, acende fogo batendo pedras e nem tem uma queda pela macaca Chita ou pelo King Kong, certamente a resposta é SIM.

Não se diga que para "usufruir" dos serviços bancários é preciso ser abastado, pois os inúmeros benefícios assistencialistas do Governo obrigam até os descamisados a fazerem uso dos "préstimos" de algum banco.

Aliás, sequer precisa ser correntista, basta receber uma conta de consumo para cair nas teias bancárias.

Sintetizando, praticamente todos estão obrigados a passar parte de suas vidas nas "simpáticas" agências das instituições financeiras.

Acredito que no Brasil, seja do Arroio Chuí ao Monte Caburaí, ou da Ponta do Seixas à Serra de Contamana, não há sequer um consumidor feliz com o atendimento bancário (exceto os masoquistas).

Mas em Buri a tortura adquire tons da inquisição espanhola.

Se outrora os serviços bancários nunca foram prestados a contento, desconheço, hoje, qualquer outro município que tenha sido mais prejudicado com a compra da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil, que a Capital da Amizade.

O motivo é óbvio: antes tínhamos duas agências, agora uma.

Basta passar em frente a agência do BB local para ver a farra. Parece comitê de candidato em véspera de Eleições.

Seria cômico, não fosse trágico, pois o que se observa são dezenas de pessoas fora da agência, em fila indiana, aguardando para adentrar na mesma, onde já se encontra mais uma centena de sardinhas, perdendo HORAS neste mister.

Irão dizer que isto é normal nesta fase de transição, mas tal escusa é inaceitável, pois caberia ao Banco do Brasil prever tal situação e preparar-se para enfrentá-la sem que o cliente consumidor pagasse o pato. Dinheiro para isso o BB tem, pois só em 2009 lucrou mais que R$ 10.000.000.000.00 (dez BILHÕES de reais) (fonte: O Globo).

Caro leitor! Sem querer ser chato, mas sendo (como de costume), grande parte do dantesco quadro poderia ser aplacado caso nosso Prefeitão Pit-U exigisse de seus comandados a aplicação da legislação municipal vigente.

Vou explicar: Em maio de 2006 foi editada a Lei Municipal nº 313, a qual determinou que nenhum cidadão poderia esperar mais que 15 minutos em dias normais, e 30 em dias de pico, para ser atendido na agências bancárias de Buri, sob pena de multas de até R$ 10.000,00 e cassação do alvará de funcionamento.

Outrossim, tal lei exige que os bancos instalem  equipamentos que forneçam ao usuário comprovante do horário em que ingressou e saiu da fila (iguais aqueles existentes em Itapeva, onde lei semelhante é aplicada há tempos).

Como todos sabem que o maior, senão único, objetivo dos Bancos é o lucro, não é difícil concluir que uma efetiva fiscalização da prefeitura e a aplicação das devidas penalidades obrigariam o Banco do Brasil a adotar rápidas e efetivas medidas para diminuir e até acabar com o martírio dos consumidores.

Mas, parece que a única preocupação do Garoto do Fantástico, neste campo, é fiscalizar calçadas de farmacêutico e obras de alguns cidadãos, digo alguns, pois tem até secretário de governo construindo sem atender ao código de obras municipal...

MAKTUB:

O tema desta postagem foi escolhido pela manhã, em razão das filas que vi nos dias anteriores diante da agência do BB.

Iniciei o post na hora do almoço e parei no antepenúltimo parágrafo, quando tive que ir ao banco para um determinado pagamento. Adentrei no estabelecimento às 14:00h, sendo que em seu interior já se encontravam, espremidos e desordenados, 80 clientes, aproximadamente.

Não encontrei qualquer equipamento que me fornecesse comprovante do horário de chegada e quase não achei o final da fila. Durante a espera encontrei com o Vereador Irmão Freitas e falei sobre o descumprimento da lei municipal. Também tagarelei com outros incomodados e inconformados clientes. Até aí nada de anormal, para os padrões burienses, ocorre que, passada UMA HORA, já prestes a ser atendido, vi, ao meu lado, uma sexagenária senhora não conseguir pagar uma conta de água naquele estabelecimento. Na ocasião, o bancário Tarcisio, contrário as normas do Bacen, dentre outras, negou-se a receber a fatura da idosa e humilde senhora, decretando que a mesma deveria pagá-la em uma casa lotérica. Indignado, tive que intervir, argumentando que qualquer conta pode ser paga em qualquer estabelecimento bancário até o seu vencimento, bem como que a atitude do BB, além de irregular e ilegal, era, no mínimo, desumana. Mas nada adiantou e a simplória senhora, acostumada aos reiterados desmandos sofridos, foi embora, sacramentando que sua permanência EM PÉ e por mais de uma hora naquele estabelecimento se dera em vão.

Inconformado, questionei o gerente Gerealdo, já que Tarcísio dissera que partira dele a ordem para recusar o recebimento de contas de consumo, mas referido comandante negou tal assertiva, prontificando-se a apurar o ocorrido. Duvido...

Já ia me esquecendo, sái do banco às 15:15h.

TROCANDO EM MIÚDOS:

Está chegada a hora do buriense lutar por seus direitos, insurgindo-se contra os desmandos perpetrados tanto na esfera pública quanto na privada, sem que isso implique no uso da violência, embora até mesmo esta seja admitida em alguns casos. 

A instalação do Fórum Distrital de Buri trouxe em seu bojo um verdadeiro arsenal de meios e formas de se combater o contumáz pisoteio aos direitos do cidadão.

Com efeito, agora temos em nossa cidade a salutar presença do Ministério Público, atualmente bem representado pela Dra. Paola Cominatto Bertocco, do Juizado Especial Cível, sob a égide do Dr. Wander Benassi Jr e da operante Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Portanto, informe-se e saia em luta dos seus direitos, sob pena de sofrer a sanção pregada por Rudolf von Ihering, a saber:  “aquele que anda de rastos como um verme nunca deverá queixar-se de que foi calcado aos pés”. 

Abraços e votos de uma boa semana, sem filas, espero.

Saraiva.

Ps1: Pretendo protocolar ainda hoje uma representação junto a Promotoria local, relatando os fatos e requerendo as providências pertinentes.

Ps2: Fora o atual abuso perpetrado pelo Banco do Brasil, vários correntista já sofreram outros danos com a compra da extinta Nossa Caixa pelo mesmo, como, por exemplo, ter-lhes cortado abruptamente o limite do cheque especial. Se você foi vítima, como eu, procure um Advogado e lute pelo ressarcimento dos danos morais e materiais sofridos.

Ps3: Beba água e faça xixi antes de ir ao banco, pois, além de respeito, também não se encontram bebedouro e banheiro por lá.

Ps4: Banco do Brasil, nunca quis ser seu cliente, mas agora que fui obrigado a tanto tenha cuidado, pois aqui a TOLERÂNCIA É ZERO!      

Ps5: Fotos da lata de sardinhas: