Essa semana fez dez anos que eu moro em Buri.
Não digo que foi difícil me adaptar à nova cidade, pois aqui passei quase todas as minhas férias, carnavais, feriados, etc., mas também não singrei por um mar de rosas, já que me foram impostos alguns obstáculos que me fizeram duvidar da alcunha "Capital da Amizade".
Fiz um punhado de amigos e conhecidos a granel. Também não escondo que colecionei desafetos, coisas da vida, mas ainda tenho certeza de que eles estavam errados (Idiossincrasia Saraiva).
Sinto falta de meus avós, Dona Olina e Seu Arlindo, que se vivos estivessem teriam tornado esses anos mais agradáveis. Que Deus os tenha.
A míngua de laços familiares mais sólidos, constituí, aqui, meu próprio clã, com uma honesta filha da terra, a qual me deu um adorável casal de herdeiros, sendo que a mais velha é buriense nata (sim! Naquela época burienses nasciam na cidade...).
No decorrer dessa década vi várias mudanças acontecerem: caciques políticos desbancados, messias se transformar em decepção e a falta da razão consagrada pelo sufrágio. Doutro lado, continuo sem ver soluções para velhos problemas (desemprego, geração de renda, saúde, etc.) e a testemunhar a resistente e sui generis "política buriense", famosa por seus despautérios, eficaz em dividir famílias e amigos, e que parece ter arraigado no DNA daqueles que lideraram o município.
Mas o saldo é positivo, não experimentei grandes prejuízos nesse decênio e, otimista, ainda creio, Buri, que vai despertar de seu costumeiro torpor para que "o sonho de Inácio Xavier de tornar-te frondosa" enfim lhe seduza.
Que venham novos e cada vez melhores anos!
Abraço,
Rafael Saraiva
Ps.1: Para aqueles que incomodo, culpem a Marisa, a maior responsável por eu ter transformado Buri em lar.
Ps.2: Ma, isso foi uma declaração de amor...rs.